Este post não é uma apologia pró ou contra as Forças Armadas. Não é uma crítica. Resolvi postar este texto porque, como filho de militar, pai ex-militar, e meu filho hoje também militar, achei que seu conteúdo traz uma forma diferente de enxergar a educação e oportunidades que filhos de militares têm ao longo da vida.
Comigo foi assim.
Mais que isso, é um exemplo de como podemos ver a mesma história por dois ângulos diferentes e absolutamente opostos. Mas… a escolha de como enfrentamos obstáculos é nossa: como dificuldade ou como oportunidade…
“Todo mundo sabe que os filhos de militares têm uma capacidade quase camaleônica de se misturar ao novo meio, somos geneticamente mimados para gostar de tudo a nosso volta, seja frio, calor, elegância, pobreza, água, seca ou qualquer outra condição física, psicológica, geográfica, climática, financeira, etc…
Para quem está de fora, criticar tudo isso é muito bom, ‘’Os pobres coitados dos filhos de militares não tem amigos e nem laços afetivos com lugar nenhum! ‘’ Os fofoqueiros que me desculpem, mas meus laços afetivos são com o Brasil e meus amigos estão espalhados pelo mundo.
Quantas pessoas podem dizer que tem vivência nacional? Aprender sobre a Amazônia no meio da selva, ouvir os dois lados da história e escolher em qual acreditar, ter orgulho de ver seu pai tentar resolver os problemas de outros países. Quantas pessoas podem dizer que seu herói está dentro de casa? E não adianta um civil tentar se comparar com os nossos capitães, sargentos, coronéis, tenentes… Eles nunca vão entender que você se muda sim, mas que dentro da sua casa, onde realmente importa, nada muda.
Os filhos de militares aprendem a amar a distância, a entender o lado bom de tudo, a montar e desmontar uma casa em dois dias, a acolher até quem morou a vida toda na mesma casa, a conservar bons amigos com o carinho, mesmo sem a presença.
A cidade que você mora pode não ser a melhor de todas, pode até ser a pior, mas dentro de casa, lá sim, está o melhor lugar do mundo e os filhos de militares sabem fazer o melhor lugar do mundo em qualquer lugar, não importa aonde você chegue, dentro da casa de um militar sempre haverá um refúgio de carinho e amizade criado pelos nossos laços com o Brasil e pelos nossos amigos espalhados pelo mundo.
Os militares sabem que suas escolhas afetam a vida de suas famílias e sofrem ao ver seus filhos deixando os amigos, namorados e suas casas para trás, mas compensam suas famílias com uma chuva de amor e cultura. Se engana quem acredita que somos ‘’pobres filhos de militares’’, somos orgulhosos, gratos, felizes, ricos, privilegiados e acima de tudo amados filhos de militares, as casas podem mudar, mas nossos lares são construídos em torno de uma família não de um lugar.
O estilo de vida que meu pai me proporcionou fez de mim quem eu sou hoje, uma aspirante a jornalista com uma bagagem cultural gigante, que pode encher a boca e dizer que viveu e não leu toda essa cultura.
Obrigada pai por escolher ser militar”.
Escrito na faculdade quando um professor
pediu para a turma escrever sobre cada um.
Autora: Bárbara Miranda.
Fonte: Clube Militar.
Morro de saudades dos meus soldadinhos de “chumbo”, das experiências vividas ao longo da minha jornada pelos cantos do país, com meu pai militar, e minha superdedicada mãe.
(Edson Marinho)