Tudo é apenas uma questão de planejamento
Há vários anos, um grande amigo me disse que podemos fazer o que quisermos: basta traçar um plano, e segui-lo. A não ser que você tenha recebido uma proposta de emprego ou bolsa de estudos, para morar em outro país é preciso fazer um plano e dar um passo por vez.
First things first
Parece óbvio – mas nem sempre se coloca a devida prioridade e urgência para aprender o idioma do destino, ou inglês. Quando se deve começar a estudar o idioma? Hoje! Quantas vezes por semana? Todos os dias!
Existem excelentes alternativas de cursos de idiomas com aulas diárias e com investimento acessível, como é o caso do SENAC. Mas se você não tiver tempo ou os recursos, faça um curso em dias alternados, alterne com cursos online e aplicativos (alguns gratuitos, como Duolingo), e se exponha ao idioma assistindo o jornal, filmes, e documentários no idioma – sem legenda.
O mais importante é a exposição diária ao idioma, o que não é difícil em tempos que a conectividade está em qualquer lugar. E, independente se a expectativa de mudança é em seis meses, um ano, ou cinco anos, comece já! E se o tempo permitir… aprenda um segundo… terceiro idioma.
É tudo tão bonito e perfeito
Tudo é muito bonito e perfeito em fotos e vídeos. Mas a realidade pode ser bem diferente ou, no mínimo, não ser o conto de fadas que vemos na TV ou no YouTube.
Se for possível, visite o país de destino. Escolha uma viagem sem pacotes de turismos e se jogue no dia a dia local: pegue o metrô, passeie sem destino no centro da cidade, visite bairros de subúrbio (onde o aluguel é mais barato), converse com as pessoas locais.
Caso não possa visitar o país escolhido, assista a noticiários locais pela Internet (o que também ajuda no aprendizado do idioma), visite os sites do governo que falem sobre imigração / estudar / trabalhar, converse com amigos que moram ou moraram fora para ouvir sobre suas experiências, mesmo que tenham vivido em outro país.
Leia e aceite com moderação o que encontrar em grupos de brasileiros que moram fora. Estes grupos são uma excelente fonte de informação – mas lembre-se que são pessoas como você: ainda aprendendo o “bê-a-bá” de morar em outro país. Nem sempre o que compartilham é inteiramente verdade, mesmo que tenham boa intenção.
L’argent
Ter uma poupança é sempre uma boa ideia. E… não existe desculpa para não poupar, mesmo que o que sobre seja pouco. Se você poupar USD 10,00 por semana ao longo de 2 anos, isso representará USD 1,040 – o que pode ser o suficiente para o aluguel e alimentação do primeiro mês, dependendo de seu destino.
Claro que o ideal é poupar mais… e a visita ao país (ou pesquisas) irão ajudar a estimar o quanto é o ideal a poupar para garantir tranquilidade nos primeiros meses. Em alguns casos, como uma mudança com visto de estudante, não há escolha: cada país e universidade irá estabelecer o quanto de recursos você precisa ter para ser aceito e, consequentemente, obter o visto.
Poupar na moeda do destino é a melhor forma de não correr riscos de sua poupança de 2… 3… anos se tornar insuficiente da noite para o dia, com uma mudança brusca /ou gradual do câmbio. Se não for possível abrir uma conta no país escolhido, adquira um cartão pré-pago em moeda estrangeira, disponível na maioria das casas de câmbio. A validade chega a ser de 2 anos (renováveis) e não há burocracia: muitas vezes é preciso apenas ter o passaporte.
Vistos à vista
Em outro artigo abordarei com mais detalhes as opções de visto (especificamente para o Canadá), mas como primeira recomendação deve-se ler sobre os requisitos e processos de vistos o quanto antes. Os custos envolvidos são altos, e há prazos a serem respeitados.
Contratar uma agência de vistos é importante se for o caso de visto de trabalho ou estudos, e se há intenção de mudar-se definitivamente para o país. Alguns cursos não tornam o estudante elegível para trabalhar ou permanecer no país após os estudos. Se você pretende “ir de vez”, contrate uma consultoria para evitar frustrações no futuro (indicarei algumas no artigo sobre vistos).
E se…
Lembre-se: a realidade nem sempre (ou quase nunca) segue como planejamos. É preciso adaptar o plano na medida em que se pesquisa e se dá cada passo. E tudo bem se você acabar indo morar em um país diferente daquele do início do planejamento, ou mesmo resolver não mudar.
Todos os passos dados terão sido úteis para seu futuro: a poupança pode ser empregada em outro projeto, o idioma sempre será um diferencial no mercado de trabalho, toda a pesquisa representará um aprendizado, e se você visitou o país para reconhecer… bem… tenho quase certeza que terá valido à pena o passeio.