“Aquilo que de pior existe em cada um, contribuiu alguma coisa para o bem comum”. Esta frase de Bernard Mandeville resume a Fábula de sua autoria, publicado em 1714 pela primeira vez e em 1723 numa versão mais completa, a Fábula das Abelhas
É um conto que traz à tona uma reflexão sobre como a ganância, inveja, vaidade e orgulho eram (eram?) fundamentais para a prosperidade da nação. Polêmica e de difícil “digestão”, seu conto aponta que o desejo humano na busca do auto-interesse teria como conseqüência não intencional um caráter estabilizador para a sociedade.
Será que, por esta razão, vemos diariamente este conto se materializar nos mecanismos do Estado que nos cerca e, em nós mesmo, como parte viva deste? Afinal não podemos nos dissociar do Estado e, muitas das colocações de Mandeville se materializam no nossos atos de cidadão comuns. Adam Smith criticou arudamente Mandeville, mas acaba afirmando que “por mais destrutivo que esse sistema possa parecer, jamais poderia ter ludibriado tão grande número de pessoas, nem provocado um alarma tão generalizado entre os amigos dos melhores princípios, se não tivesse em alguns aspectos bordejado a verdade”.
Apesar de longa, sugiro a leitura da Fábula das Abelhas, na seção Histórias e Fábulas, bem como os comentários de Rodrigo Constantino, economista, articulista, autor de “Egoísmo Racional – o individualismo de Ayn Rand”. Seus comentários podem ser lidos em seu blog pessoal e no portal do Instituto Liberal.