“Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei”
Aqui, os direitos trabalhistas estão sendo devorados… e sou apenas um trabalhador.
Pouco a pouco o sucumbe o seguro desemprego… primeira das garantias que se esvai.
Teremos surpresas com as regras da aposentadoria?
Se tivermos, só para os mortais – para o rei e sua corte, a aposentadoria é integral.
Claro… após apenas 8 anos de suado e duro trabalho (3 dias na semana, 8 meses no ano…).
“Vou-me embora pra Pasárgada
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente”
Aqui… há inconsequência, mas a existência não é aventura.
Agora, agora mesmo, nas carreiras (na pressa, e nas carreiras de cadeiras da Câmara e do Senado)
Aprova-se a terceirização da mão de obra para atividade fim das empresas.
A alta burguesia quer seu assento ao sol. Por que manter os mesmos direitos que a diretoria usufrui para os simples mortais: planos de saúde, participação em lucros, benefícios, diárias, etc. ? Por que? Pra que?
“Vou-me embora pra Pasárgada
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo”
Porque aqui, só pau de arara…
Vão reduzir a maioridade penal… colocar crianças e adolescentes em cadeias…
Em máquinas de tortura e de educação criminal.
Porque o problema aqui não é impunidade, é a idade.
Porque o problema aqui não são os processo de reeducação, só os de punição.
“Vou-me embora pra Pasárgada
Andarei de bicicleta”
Porque aí não preciso pensar na gasolina, no petróleo…
Na Petrobrás…
“Vou-me embora pra Pasárgada
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção”
Concepção: capacidade, ato ou efeito de compreender, de perceber alguma coisa.
Ah… isso sim, aqui tem. Impede-se a concepção. Mesmo assim, vou-me embora pra Pasárgada.