O professor Maurício Sardá de Faria recentemente compartilhou conosco a “fórmula” a seguir, que retrata a relação entre a capacidade e realidade do tempo de trabalho dedicado pelo indivíduo em um sistema capitalista:
Onde:
TT = tempo trabalhado
FT = força de trabalho
PD = processo de produção
Para entendermos melhor a equação e a analisarmos, tentemos interpretá-la da seguinte forma:
“O tempo de trabalho que o indivíduo incorpora em na força de trabalho é menor que o tempo de trabalhado que ele é capaz de despender em um processo de produção”.
A parte à esquerda da equação refere-se ao tempo que o indivíduo incorpora em si, ao salário. Neste lado, os trabalhadores lutam por direitos trabalhistas, salários mais altos (justos), redução da jornada de trabalho.
A parte à direita, significa o potencial máximo que pode ser “sugado” do indivíduo em um processo de produção capitalista. Naturalmente, nosso salário e direitos são menores à capacidade que acabamos dedicando ao processo de produção. Naturalmente?
Os capitalistas alteram o lado direito da fórmula, através de mecanismos de controle. No passado, sistemas como o Fordismo já foram eficientes para nos forçar a despender mais tempo no PD. Nos tempos modernos, outros mecanismos disfarçados de tecnologias estabelecem metas, regras, “cadeados” que nos forçam a trabalhar cada vez mais.
Trabalho por produtividade, descentralização da produção (factoring) desde processos simples e artesanais até a fabricação de automóveis, pontos eletrônicos, laptops, smartphones, tablets… olhe ao seu redor!
Na Economia Solidária, trabalhamos para buscar processos de autogestão, que também possuem suas regras e sistemas de controle. Porém, estes mecanismos são definidos coletiva e democraticamente.
Para contrapor a fórmula acima, vou tentar apresentar aqui outra equação que brotou de alguns rabiscos em meu bloco de rascunhos:
Onde:
G = grupo (autogestão)
EF = educação financeira
EE = educação empreendedora
Tr = transformação
TT = tempo de trabalho
PD = processo de produção
Interpretando a fórmula, podemos propor que um grupo organizado e baseado na autogestão, que contém até 20 indivíduos (n20), que receba capacitações (x) em educação financeira e educação empreendedora, baseadas na economia solidária (sol) gera uma transformação maior que qualquer transformação que seja gerada por tempo de trabalho dedicado a um processo de produção capitalista.
Em outras palavras (ou fórmula)…
…a organização de indivíduos através da metodologia Gol.d é capaz de gerar uma transformação maior que qualquer transformação em um processo capitalista.
Gol.d é uma metodologia de mobilização e organização de grupos independentes, formados por até 20 indivíduos, com foco na autogestão, desenvolvimento do hábito da poupança, educação financeira, empreendedorismo, através da qual se espera gerar uma transformação permanente e sustentável nos integrantes do grupo.
O Gol.d foi desenvolvido pela ONG Visão Mundial a partir da metodologia indiana Self Help Group, em parceria com o BID/Fumin e SEBRAE, e com o apoio técnico do Hand in Hand (instituição indiana).
Para quem se interessar em saber mais sobre a metodologia Gol.d, entre em contato comigo, ou com o Projeto Redes de Desenvolvimento da Visão Mundial através do e-mail projeto_redes@wvi.org
BRILHANTE….E “CLARO COMO A LUZ MERIDIANA” J. Geraldo